domingo, 28 de abril de 2013

A química do sofrimento

NaOH + HCl = NaCl + H2O
Soda Cáustica + Ácido Clorídrico = Sal de Cozinha + Água
Começar o texto com uma fórmula química não é a melhor maneira de atrair leitores para este post. Mas não se preocupe, não precisa ser nerd para entender o que vou escrever.
Esta reação química representa a obtenção de sal de cozinha em laboratório. Para que isso ocorra, as substâncias precisam ser adicionadas em quantidades corretas.
Um amigo químico escreveu um texto com uma visão “espiritual” sobre esta reação*. Gostaria de destacar um pequeno trecho:
Se você passar o Ácido Clorídrico (HCl) concentrado na pele, ela vai queimar, arder, ferir podendo levar à morte. A mesma coisa ocorre com o Hidróxido de Sódio (soda cáustica – NaOH): fere, queima, arde, mata. Mas o sal é resultante da união destas duas substâncias que tanto mal podem fazer.”
Essa reação me faz lembrar a perseguição que a primeira igreja sofreu após a morte de Estêvão. A Bíblia diz que "Saulo devastava a igreja. Indo de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os lançava na prisão” (At 8.3) e, apesar de todo esse sofrimento, “os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem” (At 8.4).
Assim como na fórmula química, o sofrimento de nossos irmãos os transforma cada vez mais em Sal da Terra. Isso quer dizer que o resultado da perseguição é uma Igreja que busca fazer a vontade do Pai.
Para atingir o resultado esperado, a reação química precisa acontecer em um ambiente controlado, com as medidas corretas para cada substância. Da mesma forma, a Igreja Perseguida resiste, pois  sua fé está firmada em Cristo, as orações dos irmãos a fortalecem e seu alvo é a recompensa eterna. Almejando a Coroa da Vida, são fiéis até a morte (Ap 2.10b)!
Diferente deles, somos derrubados pelas aflições. Por diferentes motivos deixamos de obedecer a Deus e usamos nosso sofrimento como desculpa para não cumprir a tarefa de ser sal e luz. Nossa fé vacila e nosso alvo não está no Reino, não está em fazer a vontade daquele que nos enviou. Dessa forma,perdemos o foco no Eterno e nos apegamos ao que é eternamente inútil.
Assim como nada pode nos separar do amor de Cristo (Rm 8.35-39), não podemos permitir que algo nos impeça de amar a Deus, sejam perseguições, aflições ou adversidades. E se amamos a Cristo, devemos obedecer-lhe (I Jo 2.3-6). Para o cristão, o que é mais importante que cumprir a vontade de Deus?
Termino com esse texto de Filipenses 3.4-14:
Estevão Medeiros (@estevaoxavier
é coordenador do underground Brasil
Se alguém pensa que tem razões para confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.
Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.
Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.
Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.”
*Esse post foi inspirado no texto "Você é Sal?", escrito por Luiz Pianowski, pesquisador e PhD em Tecnologia Farmacêutica. Clique aqui para ler.



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